quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Quero
Carlos Drummond de Andrade

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fotografos


Os fotógrafos unidimensionais estão mesmo em frente à livraria L’Arbre à Lettres (rue Edouard Quenu, n.º 2, mesmo ao fundo da rue Mouffetard), como se quisessem enquadrar a montra. Ou apanhar de surpresa os leitores que saem para a rua.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CUMULOS NIMBOS

A tempestade se aproxima.
Os ventos trazem cheiros distantes.
O ar esta mais frio.
A tempestade se aproxima.
É inevitável.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Querida

Essa é uma da minhas músicas preferidas, tanto pela letra como pela interpretação.